Foi-se o Sorriso ficaram as Flores.



Todas as noites me abstenho das coisas que mais gosto, só para ver você. Todas as noites, fico aqui tentando te achar nesse meu mundo de realidades alternativas onde o sorriso é a solução de todos os problemas, mas não é qualquer sorriso, tem que ser o seu sorriso. Um Sorriso do Sol.
Quisera eu que fosse só as longas tristes noites que fico a te esperar, mas não, isso dura o dia inteiro essa espera maluca, doentia pelo brilho imaculado do sol, pelo seu sorriso.
Ainda me recordo da primeira vez que vi tal brilho divino, saindo de uma boca tão mais divina ainda, pequenos lábios pedindo para serem tocados mas o brilho de seu sorriso era intenso fico cego e abobalhado diante de tal maravilha não ouso uma aproximação mais intima. Prefiro me prostrar diante de um anjo do que lhe tocar pra tentar conhecer as nuvens. Acho o chão tão mais seguro o céu é bonito tenho vontade de voar, mas a queda é mais dolorosa ainda.
Queria apenas saber para onde foi e se um dia voltaras a esse pequeno mundo que criei para a gente, onde era você que mantinha tudo vivo onde eu te responsabilizei pela existência dele, onde você era uma Deusa. És venerada ate hoje meu sol, só gostaria de saber em qual nuvem te escondestes e porque tu foste assim tão prematuramente embora.
Ainda me recordo do nosso trato, duas flores em troca de um sorriso, por dia. As flores não lhe faltaram todos os dias elas estavam lá no lugar de sempre onde tinha posta as primeiras, lá no coração.
Já se passaram muito dias e você nem manda mais noticias e aqui no nosso mundo as coisas vão piorando as flores vão murchando por falta de sol, por falta de vida, por falta de você. Quero que saibas onde tu estiveres minha lindinha do Sorriso do Sol que fazes falta nesse mundo anormal que criei em meu coração.

. . .

Acordei hoje e vi que a situação havia se agravado mais, pois antes o que era esperança de sair um raio de sol um expressão de alegria, hoje se tornou uma manha tão escura e chuvosa que a esperança se foi junto com as aguas da chuva. As flores que lhe enviara durante meu sono estavam aos pés da cama em jarros separados ambas murchas e cansadas de uma espera de um aviso que não viera durante a noite durante as outras noites passadas e que com certeza não vira mais em noite nenhuma.
É bom saber que não vem mais, pois assim essa espera de sol de brilho de um simples sorriso que é tão caloroso pra mim se perdeu pelo espaço pelo tempo. Vou viver apenas com as poucas recordações que tenho desse brilho, são poucas mesmo, mas são intensas e verdadeiras.
Esses dias subi o mais alto que pude para ver se estava entre as nuvens e não te encontrei, fiquei tão atordoado que cai, não parecia nada tão grave assim, mas a queda deixou marcas e agora sei que todas as quedas por menores que sejam sempre deixam marcas.
Aprendi a viver sem esse brilho intenso e gostoso que saia de sua boca, aprendi a viver sem o brilho do sol, aprendi que quedas deixam marcas e aprendemos muito com elas, mas por mais feias que sejam essas marcas e cicatrizes não podemos desistir, aprendi que não posso querer algo que não queira ser meu, aprendi que as mesmas flores que murcham e morrem não voltam e é por isso que sou diferente delas.
Duas Flores e um Sorriso... Se quiseres voltar e sorrir será bem vinda, mas não lhe dou mais flores por ele.

Comentários

  1. Final surpreendente em Darci... se ela voltasse pra vc entao vc nunca mais daria um flor se quer para ver seu sorriso d novo ?? Pensei muito... talvez eu daria... as vezes vc ta com raiva e na hora fala q não entrega as flores, mas quando a vê, vc se derrete, desmonta e entrega as flores... é sempre assim...

    Parabéns Darci

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  2. Olha, não sei o porquê, mas vou concordar com o Victor. A gente sempre ensaia para não entregar as flores, mas acaba apanhando umas a mais. Caio Fernando diz isso no conto "Os dragões não conhecem o paraíso". É preciso enfeitar a casa, deixá-la bonita para quando ela vir, mesmo que não note nada ao chegar. Sabe o que é mais interessante? A gente acaba se enfeiando preparando as coisas.
    Mas estou no ponto onde eu entrego as flores, entrego sabendo que irão murchar, entrego sabendo que receberei murchas. Entrego, mas até o último momento digo que não entregarei.

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