O Cão


Era um menino que tinha vontade de ter um cão, mas seu pai não permitia por causa dos custos do trabalho dos xixis e cocôs que esse faria. Então o menino cresceu e foi morar sozinho e assim pode comprar seu estimado cão. A alegria de ambos era intensa, ele aprenderá a amar seu cão com o passar do tempo, ele já amou seu dono no instante que o viu (pois os cães sabem amar no primeiro instante). Todos os dias ele limpava seus xixis e seus cocôs sem reclamar, pois para o menino o cão era como um amigo, quem sabe até seu único amigo. O cão ficava em casa aguardando ansiosamente a chegada do seu dono, antes mesmo do menino abrir o portão ele já sabia que seu querido dono chegava, quando abria - se a porta ele já estava lá se pondo de pé em suas pernas pedindo colo e como o menino gostava daquilo, ele amava aquele recepção calorosa. Um dia o menino teve a ideia de ter vários cães e assim multiplicariam - se as boas vindas nos fins de tarde, as calorosas lambidas e abanadas de rabo para mostrar o tão quanto estavam felizes ao ver o menino. Talvez o que o fazia gostar do cão era saber que alguém estaria feliz ao ver ele, sem nenhum pudor de mostra tal alegria... E assim o menino fez comprou outros cachorros que também abanavam a cauda e choramingava querendo colo, mas o menino já não estava tão alegre pois eram muitas bostas, xixis e vacinas... As vacinas essas sim eram os olhos da cara. Com o passar do tempo o que era alegria se tornou estressante então menino construiu um canil e colocou todos os seus cães lá, inclusive seu amigão o cão. Durante os anos o menino fez outros amigos, conheceu outras pessoas e viajou, então ele deu alguns cães, outros sofreram de diversas moléstias e morreram, outros fugiram para a rua não voltaram, mas o velho cão continuava lá, no fundo do canil a esperado seu dono, mesmo ele não indo pegar ele não querendo mais suas lambidas, e nem jogando mais o velho urso que servirá de brinquedo durante anos. O cão ainda sabia o horário do seu dono chegar e fica lá no fundo do canil a abanar o rabo só para ele... Um dia o menino chegou e olhou para o velho cão no fundo do canil e percebeu que seu primeiro e talvez verdadeiro amigo estava cansado, com os pelos perdendo a cor e não tinha todos os dentes bons, o menino foi lá abriu o portão do canil de onde saiu andando com dificuldade o velho cão, que abanou o rabo e passou de cabeça baixa perante o dono e ficou deitado na área da frente como se estivesse esperando algo, então o menino chega com o urso velho de pelúcia e coloca na frente do cão, que apenas levanta a cabeça e olha para seu dono, seu menino. Nesse momento o menino percebe o quanto lhe fora fiel seu amigo, que não fugiu, que não morreu, que levou broncas, que estragou chinelos e que sempre esteva lá, do lado do menino bastava ele querer. O cão pegou o urso velho e levou para o canil, lá no fundo, na parte escura e deitou com as patas em cima do velho urso, com um olhar agradeceu seu dono e fechou os olhos. Se o menino quisesse o velho cão teria ficado lá do lado dele, mas o menino não quis e não precisou dizer nada, pois os cães sentem o cheiro de dó e tristeza e por isso preferiu com um nó no coração ficar no fundo do canil, onde os cheiros eram só de cocô e ração velha, do que sentir o menino se entristecer por causa dele... E assim terminou a história do cão, no fundo de um canil com seu urso velho e suas lembranças boas... Os cães esquecem as lembranças ruins no instante que abanam a cauda sete vezes, para sempre estarem alegres a nós esperar.

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